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Quem faz e quem deixa fazer não tem vergonha na cara?

 17h28m de 2 de Outubro de 2012
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Aproveitando um lugar para deficientes para estacionar e - já agora... - galgar o passeio!

«Dá o que não é teu»


Lisboa - Campo Pequeno
Cena de todos os dias...
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Há algum tempo, mostrou-se [AQUI] uma cena quase igual a esta: a carrinha VW, que tem direito a um lugar reservado a deficientes, galga o passeio e oferece metade do seu espaço a outros carros - uma generosidade que nada lhe pesa, pois é feita à custa dos peões («Dá o que não é teu» - já aconselhava Álvaro Pais ao Mestre de Avis).
Na cena do post anterior, isso era feito em proveito de um Mercedes. Mas, como se pode ver aqui, os beneficiados vão mudando...
Além disso, há uma novidade: como se pode ver no canto inferior esquerdo, alguém fez uma rampazinha em cimento para ajudar a tão altruísta manobra!
Dir-se-á que não é grave. Talvez não seja, mas é paradigmático.

Uma generosidade deficiente

Lisboa - Av. da República
12 Nov 11 - 16h10m
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O que aqui se vê não é grave, mas merece uma referência porque é uma situação que ali se pode ver todos os dias: esta carrinha VW tem um lugar reservado para si ("deficientes") mas, simpaticamente (ou porque é  forçado a tal), o seu condutor cede metade do seu espaço a outros - uma generosidade-da-treta, dado que é feita à custa do espaço dos peões...

Os deficientes e os "deficientes" de Lisboa

Em termos estritamente de «Passeio Livre», só a foto de cima teria interesse divulgar aqui. Mas o facto de o indivíduo estar a ocupar - ainda por cima! - um lugar destinado a deficientes leva a que, por associação de ideias, se afixe, também, a de baixo, pois oferece uma curiosidade adicional: o sentimento de impunidade desta gente é de tal ordem, que o indivíduo até colocou o pára-sol!
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NOTA: para quem, ingenuamente, possa pensar que as cenas se passaram num feriado ou num fim-de-semana (quando a fiscalização da EMEL é inexistente e os agentes da PM e da PSP mal se vêem), esclarece-se que a de cima foi tirada às 13h30m do passado dia 24 (6ª-feira) e a de baixo às 15h20m do dia 28 (3ª-feira).

Deficiente morre após agressão (JN)

«Um homem que não tinha uma perna foi agredido pelo ocupante de um automóvel, em Lisboa, que achou que o deficiente estava a demorar muito tempo a atravessar uma passadeira. A vítima morreu menos de um dia depois. As autoridades investigam o caso.
A agressão ocorreu pouco depois das 16 horas de sábado, em Moscavide, depois de a vítima, João Santos, morador num prédio da Rua Maria Judite de Carvalho, do Bairro Casal dos Machados, ter saído de casa para comprar frutos secos, segundo contou, ao JN, a filha, Rita Santos.
João Santos, viúvo e antigo taxista, não tinha uma perna, amputada devido à diabetes. “Apesar de ter uma prótese e muletas, nada disso afectava o meu pai, que queria andar sempre a fazer coisas, nunca queria estar parado”, comenta Rita.
No sábado, João Santos saiu de casa, dessa vez para comprar frutos secos. No regresso, o antigo taxista voltou a atravessar a Rua João Pinto Ribeiro, que separa Moscavide do Bairro Casal dos Machados e o sinal estaria verde. “Como o meu pai é vagaroso devido à deficiência, o sinal vermelho acabou por cair quando ele ia a meio da estrada”, contou Rita Santos, com base no testemunhas que assistiram ao caso.
Alguns condutores pararam, outros evitaram o deficiente, mas num carro conduzido por uma mulher, que levava ao lado um homem, a passagem do deficiente acabou por levar a discussão. E o indivíduo que acompanhava a condutora terá, a dado passo, saído do carro e entrou numa acesa discussão com João Santos, após o que lhe desferiu um soco na cara, que lançou o deficiente no chão. De seguida, o agressor fugiu no veículo conduzido pela mulher.
“O meu pai ficou com um grande ferimento no sobrolho”, contou Rita Santos, que já só viu o pai no Hospital Curry Cabral, para onde foi transportado. À noite, já depois de ser suturado com seis pontos, João Santos regressou a casa, sob alta médica, e “passou bem a noite”, lembra Rita, secundada por uma prima e sobrinha de João Santos, Maria da Graça Tavares. “Ele às vezes queixava-se de uma dor ou outra, mas estava bem e dizia que reconheceria o agressor”.
Anteontem, João Santos parecia estar a recuperar. Cerca do meio-dia, sentou-se no sofá da sala a ver televisão e parecia adormecido, mas quando a filha chamou por ele, o antigo taxista já não respondeu. “Estava no sofá caído para o lado direito”. Foi levado para o hospital, mas apenas para lhe ser já certificado o óbito.
Rita Santos espera agora que a autópsia seja feita para se verificar se há ou não associação entre a agressão na passadeira e a morte, mas, defende, o “meu pai não tinha quaisquer problemas, além da diabetes. Estava sempre a fazer exames e não lhe foi detectado algum problema. É estranho ele ter sido agredido e menos de 24 horas depois acabar por morrer.
O JN confirmou que o caso foi registado pela PSP, que o comunicou ontem à Polícia Judiciária de Lisboa.»
in Jornal de Notícias, 30Jun10
Desenho retirado da net.

Espantoso, não é?

«É com muito gosto que pela primeira vez me dirigo a si.
Sou um 100% apoiante da sua (nossa) causa e vou por isso começar a descarregar a minha " raiva" pela inexistência de respito pelos outros e pela postura "lassez faire lasser passez" que as nossas autoridades demonstram.
Penso que muitos dos que aqui deixam o seu contributo sonham em ser um dia polícia de transito......
Bom aqui vai o meu primeiro flagrante ...
«Faro (junto à Assoc. de paralesia cerebral) e reparem bem....
1-Carro com 4 rodas em cima do passeio;
2-Em frente à passadeira;
3-Junto a um edifício com mais de centena de deficientes;
4-Matricula francesa (só pela curiosidade);
e
5-Atenção.....Ele também é deficiente (tem um dístico no vidro da frente).
Espantoso não é?»
E-mail enviado ao PL

E se... (por uma cidade acessível a todos)

Prezado leitor,

Preâmbulo:

Imagine que habita numa cidade confusa, um lugar onde o espaço público em geral e os passeios em particular são desprezados, negligenciados, maltratados. Imagine uma cidade em que a vivência dos espaços públicos tende a subalternizar-se à utilização dos espaços públicos como o locus depositário do que não cabe noutros sítios - seja um painel publicitário ou político, automóveis ou pilaretes, sinalização vertical, caixas de electricidade, iluminação pública, paragens de autocarros, etc. Este é um problema de muitas cidades, talvez todas em Portugal, talvez...

Imagine esta cidade onde os espaços públicos, no lugar de se assumirem como espaços privilegiados para as pessoas, definem-se como espaços para as coisas das pessoas. E lá vêm os elementos estranhos mais toda a panóplia de mobiliário urbano desarrumado que enche o espaço público e o torna inóspito e agreste, tão difícil de viver, cruzar e desfrutar como os mais ventosos morros das terras altas.

De forma displicente, o espaço público nesta cidade mais não é que o espaço-público-das-coisas-das-pessoas.

Imagine agora uma cidade em que o espaço público em geral e os passeios em particular são lugares sacrossantos, invioláveis, protegidos, cuidados. Isto é, uma cidade pensada para as pessoas e não para os adereços das pessoas. Em que o espaço público é pensado como o espaço-público-das-pessoas, em detrimento do espaço-público-das-coisas-das-pessoas. Esta é uma cidade que militantemente protege as pessoas e a sua vivência dos espaços públicos.

Esta(s) cidade(s) podia(m) ser Lisboa. Este desafio, o de pensar que cidade se pretende para o futuro, foi lançado pela Câmara Municipal de Lisboa à sociedade civil. O Passeio Livre foi convidado a participar numa sessão de auscultação para o Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, que visa diagnosticar o actual estado da cidade no que respeita à acessibilidade pedonal, procurando lançar a discussão de que cidade se pretende para 2017, bem como a forma de lá chegar.

A marcha começou já portanto, do lugar-estranho da acessibilidade pedonal de Lisboa em 2009, para uma cidade acessível em 2017.

Um agradecimento à equipa do Núcleo de Acessibilidade do Departamento de Acção Social pela organização da sessão de auscultação, pelo convite endereçado ao Passeio Livre e pela oportunidade que nos foi dada de contribuir para tornar Lisboa mais acessível - obrigado Pedro Homem de Gouveia, Pedro Alves Nave, Jorge Falcato Simões e João Mendes Marques.


Breve resumo da sessão:


A sessão de auscultação para o Plano Municipal de Acessibilidade Pedonal de Lisboa teve lugar no dia 18 de Setembro. A elaboração deste plano foi decidida em Julho de 2009 e pretende, antes de mais, realizar um diagnóstico da situação de acessibilidade da cidade (assumido como extraordinariamente negativo). Pretende-se que nos próximos 12 anos se possa tornar Lisboa numa cidade o mais acessível possível.

A sessão contou com a participação de:
  • organizações da sociedade civil (directa ou indirectamente ligadas ao tema da acessibilidade, e.g., ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, CNAD - Cooperativa Nacional de Apoio a Deficientes);
  • serviços da CML;
  • outras entidades e cidadãos (onde se encaixava o Passeio Livre).

Procurou-se:
  • identificar problemas e definir formas de os corrigir;
  • prevenir o aparecimento de novas barreiras;
  • tomar medidas para um envolvimento da comunidade na promoção e defesa da acessibilidade inclusiva;

Estes pontos foram discutidos relativamente à totalidade do espaço público, incluindo ruas, praças, jardins, passeios, etc., na perspectiva da circulação em condições de conforto, segurança e autonomia.

O relatório total da sessão pode ser consultado aqui.

O Passeio Livre foi verdadeiramente bem recebido. Não só houve curiosidade genuína sobre a iniciativa em geral como, mais ainda, sucederam-se os pedidos de autocolantes, quer por cidadãos individuais, quer por organizações.

O dois-em-um

HÁ UM PAR de dias, colocava-se aqui a questão: o que será mais grave - um jipe estacionar com uma ou duas rodas em cima do passeio, ou usar um espaço para deficientes? Pois bem, parece que a resposta está dada aqui...

Começando por algum lado...



ANTES DE MAIS, esclareça-se que a foto de cima e a de baixo (à esquerda) foram tiradas em dias diferentes, pelo que os jipes podem ser o mesmo - ou não. Dito isso, repare-se que ambas as imagens mostram situações de infracções na mesma zona, e que ali se vêem quase todos os dias: a utilização abusiva de um espaço para deficientes (a de baixo), e uma roda em cima do passeio (a de cima).
Seja como for, parece que a situação vai entrar nos eixos, pois - finalmente! -, houve um deles que levou a multa que se vê...

Oeiras, século XXI

Enviado por um leitor para o Passeio Livre e para a Câmara Municipal de Oeiras. Desconhecemos a resposta. Nem seria propriamente uma questão de competência das autoridades; por vezes é só preciso menos imbecilidade por parte de quem estaciona.

O senhor ficou encravado a certa altura entre o carro e a parede. Porque continuam a fechar os olhos a isto?? Não compreendo. Conseguem dormir descansados à noite, sabendo que isto se passa no vosso concelho?

Lagos - Uma terra onde os peões não contam (Junho 2009)




«Apesar dos inúmeros parques gratuitos existentes em Lagos, o estacionamento selvagem e caótico é a regra. Não havendo "emel" nem polícia municipal, a repressão ao estacionamento selvagem está apenas entrega a agentes da PSP que pouco ou nada fazem. Como se vê nas imagens, não são apenas os peões que são vítimas disso.»
Contribuição de um leitor, 01Jul09