Este/esta condutor/a descobriu um lugar onde não se paga parquímetro, na Baixa, próximo do Banco de Portugal.
Esteve lá pelo menos das 10h30 às 15h30. As horas em que passei por lá.
«Vais de carrinho!»
(carta de um leitor)
HÁ UM JOVEM QUE, todos os dias e ao pé da minha casa, estaciona impunemente o seu carro em cima do passeio, tendo o requinte de o fazer na passagem de peões. Por causa disso, assisti recentemente a uma cena confrangedora: um idoso, de cadeira de rodas, pretendia passar e não podia.Em Portugal, país de cerca de 10 milhões de umbigos, acaba de ser constituído um movimento cívico.
Actividade rara. O movimento destina-se a protestar contra o estacionamento abusivo que interfere com direitos da maior parte da população da cidade de Lisboa, o de circular a pé em áreas que lhe são destinadas e que foram tomadas de assalto para estacionamento de automóveis. O protesto traduz-se na afixação de um autocolante nos veículos estacionados em áreas destinadas à circulação de peões.
Um jornal que dava conta da criação do movimento dizia que a acção "não reúne consenso". Na verdade, o labroste que atropela os direitos dos outros não concorda que lhe chamem a atenção para a selvajaria, menos ainda quando a chamada de atenção se reveste de uma forma que de algum modo atinge, nem que seja com a simples cola de autocolante, a extensão do "ego" que é o "popó".
Em muito poucas cidades da Europa é possível assistir às manifestações de barbárie que podem ver-se em Lisboa, e em geral em Portugal, nesta matéria. O ‘blog' do movimento em apreço (http://passeiolivre.blogspot.com) ilustra bem que a realidade vai muito para além da imaginação mais delirante. No comum das cidades civilizadas, para que os automóveis não estacionem em cima dos direitos dos peões não é necessário qualquer dispositivo ou ameaça: basta o civismo. Mas, por cá, o civismo morreu atropelado na passadeira. De maneira que "não há consenso". E resta ver que partido tomam, quando for o caso, os que deviam assegurar o direito ao passeio livre. Aposto que vão comentar que sim senhor, que os peões têm os seus direitos, mas que há outras formas de fazer respeitar a lei. Quando sob a sua tutela o que está em vigor é a lei da selva.