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Sensibilizar cidadãos e governo para o impacto da qualidade do território na qualidade de vida, desenvolvendo acções para melhorar o actual estado de caos

Olá a todos

Resolvi aproveitar a oportunidade dada pelo governo e utilizar a plataforma "O Meu Movimento" para criar um movimento sobre ordenamento do território, urbanismo e arquitectura. Uma vez que me parece que muita gente aqui do blog terá também interesse por estes temas, resolvi dar-vos a conhecer o movimento, que está acessível neste link:

http://www.portugal.gov.pt/pt/o-meu-movimento/ver-movimentos.aspx?m=1084

Caso estejam de acordo, apoiem o movimento usando o botão respectivo, e se acharem adequado divulguem no blog!

Abraços a todos!









Sensibilizar cidadãos e governo para o impacto da qualidade do território na qualidade de vida, desenvolvendo acções para melhorar o actual estado de caos.


O Ordenamento do Território (a definição de quais actividades devem ser localizadas em cada área do território), bem como o Urbanismo (a forma como os espaços urbanos são pensados e desenhados) e a Arquitectura (o desenho dos edifícios em si) são três factores determinantes para a qualidade de vida da população, e têm grandes implicações no desempenho económico do país: áreas urbanas mal desenhadas exigem muito mais recursos para serem adequadamente servidas por estradas e redes (de transportes, energia, saneamento, telecomunicações, etc.) e com equipamentos colectivos (escolas, hospitais, polícia, teatros, cinemas, campos desportivos, jardins, etc); são ainda mais difíceis de limpar e de policiar; e por outro lado geram mais custos, ao obrigarem a percorrer maiores distâncias – roubando aos cidadãos tempo que poderiam usar para si ou para os seus, e fazendo-os gerar mais poluição e acidentes com essas deslocações desnecessárias. São também estes três factores que definem a agradabilidade do espaço urbano e a forma como as pessoas se relacionam com esse espaço – e quanto melhor for essa relação, maior será o incentivo à preservação dum espaço que é de todos. Durante várias décadas estes aspectos foram descurados por todos, permitindo-se situações incríveis e praticamente irreversíveis, que destruíram por completo diversas áreas urbanas e rurais (exs.: o crescimento desordenado dos subúrbios de Lisboa e do Porto; a decadência de muitos centros urbanos consolidados; a destruição da beleza da costa Algarvia com urbanizações turísticas caóticas e desqualificadas, etc). Isto aconteceu tanto por incúria das entidades responsáveis como por falta de acção dos cidadãos, que por desconhecimento não souberam exigir os devidos padrões de qualidade que um país com a beleza natural e patrimonial de Portugal merecia. Como resultado, temos hoje um país com vastas áreas residenciais descaracterizadas, feias, disfuncionais, marginalizadas, deprimidas e sem qualidade ambiental, sem espaços verdes de qualidade, e por outro lado com núcleos históricos valiosíssimos mas degradados e decadentes. Tudo isto ligado por más redes de transportes e intercalado por territórios desqualificados sem carácter urbano nem rural, mas que oferecem o pior destes dois mundos. Por falta de informação e desconhecimento de outra realidade que não esta, os cidadãos nem percebem que os locais onde vivem (e por inerência também a sua qualidade de vida) podiam ser muito melhores do que o que são, e como tal não exigem mais do que aquilo que têm, nem colaboram activamente nessa melhoria. E assim a situação vai-se eternizando numa espiral que, se não for combatida, levará a que Portugal se torne num país com um “desordenamento” indigno dos seus desígnios, do seu potencial e da sua história. Assim, so propósitos deste movimento são (1) sensibilizar a população para o que são a qualidade do Ordenamento do Território, do Urbanismo e da Arquitectura, e as implicações destes na sua vida diária: nas suas deslocações e no acesso a locais importantes, na qualidade do ambiente em que vivem e na beleza da paisagem que vêem todos os dias, na quantidade das oportunidades de lazer de que usufruem, na eficiência das infraestruturas que as servem, etc.; (2) levar à alteração das leis e à maior eficiência do seu cumprimento, por forma a corrigir e a melhorar a qualidade do território que hoje o país apresenta; e (3) mostrar aos cidadãos que é necessário um trabalho conjunto com as entidades públicas para levar a cabo estas melhorias, dando-lhes a conhecer os seus direitos (exigir qualidade, fiscalizar acções) e os seus deveres (cuidar e zelar pelo bem público, ter pro-actividade na busca e na aplicação de soluções, obedecer às regras em vigor). Se também sente que o território português está muito aquém do que podia e devia estar, e se acredita que os cidadãos podem iniciar a mudança para o melhorar, junte-se a este movimento. Vamos fazer de Portugal um país melhor!
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Aqui ficam umas instruções rápidas sobre como apoiar o meu movimento:

1) Vão a esta pagina e registem-se, seguindo as instruções:
http://www.portugal.gov.pt/pt/perfil.aspx

2) Depois de estarem registados façam login, e depois acedam ao meu movimento através do link:
http://www.portugal.gov.pt/pt/o-meu-movimento/ver-movimentos.aspx?m=1084

3) Depois disto, é só clicarem no botão "Apoiar" que aparece no final da pagina, do lado direito!

Envio-vos em anexo algumas imagens que são uma pequena amostra do motivo pelo qual acho que isto é um assunto muito importante para o nosso país...

Apoiem e divulguem até ao dia 29/Fev!

Marcha pela Igualdade, do Pombal ao Rossio, dia 11 às 15h




São dois cidadãos portugueses com deficiência, independentes e sem ligação a nenhuma força política, religiosa ou associativa, que cansados de ver os seus sonhos roubados e direitos assassinados, resolveram agir.

Querem sensibilizar a população em geral para a nossa causa.

Mostrar à sociedade e poder político, que a deficiência existe e que é vivida todos os dias.

Que têm deveres mas também direitos como todos os outros cidadãos. Por isso, resolveram-nos mobilizar e sair para a rua, na tentativa de criar um movimento vivo e unido em prol de uma sociedade mais justa e inclusiva.

“Sabemos onde estamos, o que queremos!

Queremos ser felizes, respeitados, queremos o nosso espaço, entender que a vida não é tão complicada como nos fazem crer forçando-nos a interiorização da limitação de um caminho traçado.

Caminhamos pelo direito a escolher o nosso caminho, para que nos aceitem com as nossas diferenças, mas principalmente que nos deixem fazer acontecer e, por direito, fazer parte deste mundo e com ele interagir.

Excluídos não podemos mais continuar. Nós estamos em todo o lugar e ninguém nos vê.

Porquê?

Porque se recusam a olhar.

Estamos impedidos de entrar num hospital, clínica, restaurante, escola.

Afastados do emprego, educação, transportes públicos, impedidos de ter uma simples cadeira de rodas, cegos de atravessar uma passadeira sem ajuda, surdos privados das notícias dos telejornais…

Como não agirmos e nos unirmos?!

Vamos também mostrar a todos os outros que estão acamados, totalmente dependentes e seus familiares, que não estão sós.

Vemo-nos neles.

Desejamos e precisamos muito da vossa colaboração e participação.

Vamos provar que estão errados os que dizem que não somos unidos e incapazes de nos mobilizar.

Vamos juntos caminhar por uma sociedade que se deve assumir responsável e inclusiva, em que sejam respeitados os direitos e proporcionadas oportunidades a todos por IGUAL!! ”

Mais informação: http://marchapelaigualdade.com/

* Os organizadores:

Eduardo Jorge

Miguel Loureiro

Sandra Freitas

Como lidar com familiares e amigos?

Caros amigos,

Ontem fui com um familiar meu almoçar. Ele deu-me boleia e é um daqueles senhores que só sabe viajar de automóvel, seja para qualquer sítio, não obstante de depois gastar balúrdios em ginásios.

Disse-lhe que estávamos a chegar ao restaurante e que procurasse o melhor lugar para estacionar. Supus que por “melhor” se entende “em segurança e legalidade”. Ora, ele não está para meios-termos: assim que ouve a minha ordem, mete o carro em cima do passeio, por sinal já todo esburacado, cuja largura permite a passagem de duas pessoas em ambos os sentidos à vontade e o cruzamento de duas cadeiras de rodas.

Tal como os outros, ele mete o automóvel mesmo a tapar um pouco mais da metade do passeio, o que faz com que só passe uma pessoa a pé (e com as mãos livres).

Pergunta-me “haverá problema?”, ao que respondo “até há, para as pessoas que querem passar pelo passeio”. Minimizando a problemática dos desgraçados dos peões eis que ele responde “Deves pensar que as pessoas são gordas”. Eu afirmo-lhe “As pessoas não são gordas, mas querem passar com os carros dos bebés ou vêm em esforço carregando sacos de compras e são obrigadas a passar para o meio da rua”.
E o que respondeu ele? “Vamos mas é almoçar”.

Enfim, confesso que nem o almoço me soube bem. Têm algumas dicas sobre como lidar com familiares de modo a incutir-lhes algum juízo?

Melhores cumprimentos,
Um leitor

Associação POMPE – Por Melhores Passeios para Estacionar

Com a devida vénia ao blog que gostariamos de ser: com alguns dias de atraso anunciamos a criação formal, na cidade de Coimbra, da Associação POMPE – Por Melhores Passeios para Estacionar.


Aproveitamos para agradecer tudo às três mosqueteiras!

O cidadão principal de Lisboa?

Será este o cidadão principal de Lisboa? A viatura de transporte particular?
 
(Imagem de um arruamento na Freguesia do Alto do Pina)



carta de um munícipe

«Caro Antonio Costa

Trabalho na Avenida do Brasil e assisto ao inicio da construção de uma ciclovia sobre o passeio norte. tenho as maiores duvidas acerca da decisão de não interferir com a faixa de rodagem em detrimento de um passeio antes largo e seguro. Estou convencido de que e uma opção perigosa e de que vamos assistir a acidentes graves – esse passeio e percorrido pelos meus vizinhos na sua esmagadora maioria idosos, pelos utentes do parque de saúde ex Júlio de Matos sob o efeito diário de medicamentos que limitam consideravelmente a percepção, em suma, por grupos de risco para quem uma colisão pode significar a causa do fim de uma vida, ou uma diminuição grave da qualidade da mesma – e isto numa avenida com duas faixas de rodagem automóvel em cada sentido.

uma ciclovia oferece um piso apetecível para um peão, regular, liso e confortável, isento de mobiliário urbano, de paragens de autocarro, de caldeiras de arvores, de automóveis estacionados, uma trajectória linear e desimpedida. e uma escolha inteligente escolher o caminho mais fácil. Parece-me pois perverso este ‘presente envenenado’. um passeio e um plano de movimento complexo, onde pessoas se deslocam em ambos os sentidos de qualquer direcção, a diferentes velocidades, desviando-se e ultrapassando-se umas as outras sem aviso prévio, evitando trelas de cães, sacos e carrinhos de compras, crianças, pombos, entrando e saindo de edifícios, frequentemente com a atenção comprometida por chamadas de telemóvel, pelo jornal, pela conversa uns com os outros, em suma, e um domínio onde os graus de liberdade de movimento e a variação de velocidade são infinitamente mais complexos do que aqueles permitidos e praticados por um condutor num veiculo motorizado, ou não, numa faixa de rodagem. introduzir num passeio bicicletas, skates e patins em linha – penso que e razoável referir estas três utilizações, pelo menos – faz-me antever colisões potencialmente muito perigosas.

O passeio sul foi recentemente reduzido com estacionamento automóvel, o passeio norte sofre agora esta intervenção, e prossegue o estacionamento ilícito sobre os passeios apesar das campanhas pontuais de fiscalização, manifestamente insuficientes (pela primeira vez em 10 anos vi os passeios sem automóveis por breves momentos, uns dias somente, mas prossegue o estacionamento ilícito).

Para terminar, reconheço e aprecio outras acções e actividades iniciadas ao nível da promoção da qualidade e segurança dos passeios de Lisboa – nomeadamente o inicio da fiscalização do estacionamento ilícito (tem de ser progressivamente menos tímido, constante e inflexível; não podemos, por exemplo, ter agentes de uma qualquer policia de plantão numa esquadra, no interior de uma viatura, a acompanhar uma obra, a fazer uma ronda, sob o olhar de quem pareça normal estacionar sobre um passeio, e isto quando não são os mesmos em flagrante incumprimento), o alargamento de passeios (precisamos de eliminar definitivamente as faixas de calcada com ‘um palmo’ de largura, gostei de ver os passeios perto de São Bento a serem alargados), a plantação de arvores (os benefícios ambientais são um factor decisivo para a cidade).

com os meus cumprimentos,»
Carta de um leitor, enviada ao gab.presidente@cm-lisboa.pt, CC ao PL.

Orçamento participativo – Votações (até 15/01)

Orçamento Participativo
Com o Orçamento Participativo, o cidadão de Lisboa pode eleger os projectos para onde serão canalizados 5.000.000€ (cinco milhões de euros) do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2010. Como? Através de votação on-line no site da CML.



Está a decorrer a 2ª fase, a das votações. Na 1ª fase foram apresentadas propostas de projecto, também pelos cidadãos. Não sabe o que é, nem como participar? Está tudo explicado nas FAQ.



É com grande alegria que verificamos que foram apresentadas muitas propostas em prol do peão, sinal que há cada vez mais vontade de alterar o rumo do planeamento urbano, até aqui, centrado sobretudo no automóvel.


No ano anterior a grande "vitória" foi a dos ciclistas e ciclovias, quem sabe se este ano não é o ano dos peões e dos passeios...


O Passeio Livre recomenda a participação de todos aqueles que vivam Lisboa, seja como residentes, trabalhadores ou meros visitantes.

Alguns dos projectos que destacamos:


Votando nestes (com uma provável maior concentração de votos) ou noutros de maior preferência, o importante é participar no OP, podendo assim ter uma palavra a dizer sobre o futuro da cidade de Lisboa. A data limite é já dia 15 de Janeiro.


Passeio Livre

Multas da Cidade das Crianças

Por todo o país à porta das escolas temos cenários de selvajaria, insegurança e desconforto. Algumas escolas decidiram tomar a iniciativa de contrariar este estado de coisas.


Não é nada fácil porque os automóveis sobre o passeio à porta das escolas são geralmente dos professores e dos próprios pais. O resultado é um silencio cúmplice. Vários estudos mostram que os acidentes com crianças, junto a escolas, são causados por pais de outros alunos.


Não é um problema português. A excelente iniciativa a Cidade das Crianças - do Institute of Cognitive Sciences and Technologies em Roma - trabalha com municípios em Itália e Espanha e uma das acções é a produção de multas para o uso das crianças contra o estacionamento selvagem:



El Prat de Llobregat: Isto é um acto "incívico"



Roma: Belo exemplo!


Fano: Ele é mal educado




Florencio Varela: Bilhete da Vergonha


Designers que queiram contribuir com "multas" criativas para crianças escrevam para:
peao.exaltado@gmail.com


Obrigado Pedro M.


Bloqueador de Consciência


Olá amigos do passeio livre,

Mando-vos uma foto de uma acção que criançada de Almada levou a cabo no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade 2009. Se a poderem publicar no blog era óptimo!...

Abraços,
pm





Lisboetas: participem hoje até à meia-noite!

Lisboa: Orçamento Participativo 2010
Alguns exemplos:

Mobilização total para o programa "zero carros nos passeios"

Este programa visa à mobilização geral dos serviços camarários para acabar de vez com os carros nos passeios, a melhor vergonha lisboeta que não existe em nenhuma outra parte do mundo civilizado. Sugiro uma verba no orçamento para: -recenseamento exaustivo dos casos de estacionamento nos passeios, com a ajuda dos cidadãos. -definir um modelo de pilaretes único para toda a cidade que seria também um ex-libris do mobiliário urbano especifico a Lisboa. -enfim, colocar os pilaretes nas ruas recenseadas faseando por eixo, bairro, sector etc, e publicitando as obras
2009-11-16
Número de proposta: 11


Alargamento dos passeios da Rua da Escola Politécnica

Esta rua regista um fluxo pedonal muito intenso. Mas este facto não tem correspondência na dimensão diminuta dos passeios. São pequenos e em vários lugares há estreitamentos devido a candeeeiros e sinalização. Nem sequer há espaço para instalar paragens de autocarros! No entanto, a rua tem 4 faixas de rodagem, 2 delas para estacionamento. Os peões estão a ser prejudicados. É necessário aumentar o canal pedonal para o dobro. Com passeios largos toda a comunidade ganha - incluíndo o comércio tradicional pois será mais confortável e seguro andar a pé.
2009-11-21
Número de proposta: 68

Elevação de passadeiras nas zonas residenciais da cidade

Elevação de passadeiras nas zonas residenciais ao nível dos passeios, passando estas a ter as mesmas características dos passeios adjacentes. Esta alteração permitirá um melhor usufruto do espaço público pelos habitantes da cidade, facilitando também bastante a mobilidade de pessoas com menor mobilidade: pessoas em cadeiras de rodas, idosos, carrinhos de bebé, etc.
2009-11-22
Número de proposta: 83

Basta de estacionamento nos passeios!!!

Não ao estacionamento nos passeios! Já chega de incompetência das autoridades que durante anos a fio têm fechado os olhos à maior vergonha da cidade de Lisboa que é o estacionamento ilegal e abusivo de veículos que barra a passagem dos peões que têm o DIREITO de circular à vontade nos passeios. Basta ir à zona de Benfica, como à Av. Gomes Pereira ou R. da Venezuela, para ver o que se passa à vista de todos. Porquer não a colocação de pilaretes nestas zonas problemáticas?
2009-11-24
Número de proposta: 116

E se... (por uma cidade acessível a todos)

Prezado leitor,

Preâmbulo:

Imagine que habita numa cidade confusa, um lugar onde o espaço público em geral e os passeios em particular são desprezados, negligenciados, maltratados. Imagine uma cidade em que a vivência dos espaços públicos tende a subalternizar-se à utilização dos espaços públicos como o locus depositário do que não cabe noutros sítios - seja um painel publicitário ou político, automóveis ou pilaretes, sinalização vertical, caixas de electricidade, iluminação pública, paragens de autocarros, etc. Este é um problema de muitas cidades, talvez todas em Portugal, talvez...

Imagine esta cidade onde os espaços públicos, no lugar de se assumirem como espaços privilegiados para as pessoas, definem-se como espaços para as coisas das pessoas. E lá vêm os elementos estranhos mais toda a panóplia de mobiliário urbano desarrumado que enche o espaço público e o torna inóspito e agreste, tão difícil de viver, cruzar e desfrutar como os mais ventosos morros das terras altas.

De forma displicente, o espaço público nesta cidade mais não é que o espaço-público-das-coisas-das-pessoas.

Imagine agora uma cidade em que o espaço público em geral e os passeios em particular são lugares sacrossantos, invioláveis, protegidos, cuidados. Isto é, uma cidade pensada para as pessoas e não para os adereços das pessoas. Em que o espaço público é pensado como o espaço-público-das-pessoas, em detrimento do espaço-público-das-coisas-das-pessoas. Esta é uma cidade que militantemente protege as pessoas e a sua vivência dos espaços públicos.

Esta(s) cidade(s) podia(m) ser Lisboa. Este desafio, o de pensar que cidade se pretende para o futuro, foi lançado pela Câmara Municipal de Lisboa à sociedade civil. O Passeio Livre foi convidado a participar numa sessão de auscultação para o Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, que visa diagnosticar o actual estado da cidade no que respeita à acessibilidade pedonal, procurando lançar a discussão de que cidade se pretende para 2017, bem como a forma de lá chegar.

A marcha começou já portanto, do lugar-estranho da acessibilidade pedonal de Lisboa em 2009, para uma cidade acessível em 2017.

Um agradecimento à equipa do Núcleo de Acessibilidade do Departamento de Acção Social pela organização da sessão de auscultação, pelo convite endereçado ao Passeio Livre e pela oportunidade que nos foi dada de contribuir para tornar Lisboa mais acessível - obrigado Pedro Homem de Gouveia, Pedro Alves Nave, Jorge Falcato Simões e João Mendes Marques.


Breve resumo da sessão:


A sessão de auscultação para o Plano Municipal de Acessibilidade Pedonal de Lisboa teve lugar no dia 18 de Setembro. A elaboração deste plano foi decidida em Julho de 2009 e pretende, antes de mais, realizar um diagnóstico da situação de acessibilidade da cidade (assumido como extraordinariamente negativo). Pretende-se que nos próximos 12 anos se possa tornar Lisboa numa cidade o mais acessível possível.

A sessão contou com a participação de:
  • organizações da sociedade civil (directa ou indirectamente ligadas ao tema da acessibilidade, e.g., ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, CNAD - Cooperativa Nacional de Apoio a Deficientes);
  • serviços da CML;
  • outras entidades e cidadãos (onde se encaixava o Passeio Livre).

Procurou-se:
  • identificar problemas e definir formas de os corrigir;
  • prevenir o aparecimento de novas barreiras;
  • tomar medidas para um envolvimento da comunidade na promoção e defesa da acessibilidade inclusiva;

Estes pontos foram discutidos relativamente à totalidade do espaço público, incluindo ruas, praças, jardins, passeios, etc., na perspectiva da circulação em condições de conforto, segurança e autonomia.

O relatório total da sessão pode ser consultado aqui.

O Passeio Livre foi verdadeiramente bem recebido. Não só houve curiosidade genuína sobre a iniciativa em geral como, mais ainda, sucederam-se os pedidos de autocolantes, quer por cidadãos individuais, quer por organizações.

Évora, património mundial

Antes de mais, gostaria de felicitá-lo pelo blog. Envio em anexo duas fotografias da mesma rua em Évora. Não sei o que é pior nas duas situações se são os carros estacionados no passeio ou os automóveis estacionados nos lugares reservados para as ambulâncias. Chego à seguinte conclusão: em Évora não se pode andar a pé nem ficar doente.







Há alguns dias enviei umas imagens de Évora, onde eu comentava que em Évora não se pode andar a pé nem ficar doente. Este filme foi feito dentro do Centro Histórico e agora comento: não se pode andar a pé e pelos visto não se pode andar de carro!

Morei uns quantos anos em Espanha...

Recebemos este testemunho de um leitor:

Morei uns quantos anos em Espanha, e quando lá cheguei devo confessar que também estacionava em cima dos passeios e onde me era mais próximo e cómodo, à boa moda portuguesa. Depois de me terem rebocado o carro 2 vezes, ambas menos de 2 horas após ter estacionado indevidamente, aprendi a minha lição e aprendi a ver que lá é realmente raríssimo ver um carro em cima do passeio.

Com o decorrer do tempo habituei-me "mal" ao facto de não existirem carros nos passeios, e agora que voltei para Portugal tenho uma grande dificuldade em conviver com esses carros mal estacionados, pois parece-me duma falta de respeito incrível.

Creio que sou um exemplo vivo que efectivamente podemos mudar a nossa mentalidade e a nossa visão dum cenário, ainda que já estejamos muito habituados a ele.

Actualmente não estaciono NUNCA em cima de passeios, passadeiras, e outros locais onde o meu carro possa estorvar a livre circulação de peões, ainda que por vezes tenha de andar mais um pouco (ou muito) para chegar ao meu destino. Afinal, a responsabilidade é minha!

Dia Sem Carros no Passeio



A Associação de Pais da EB1 nº 1 de Alcochete (ainda conhecida pelo seu antigo nome de escola primária do Monte Novo) decidiu, com o apoio dos professores e alunos da escola, comemorar a Semana da Mobilidade colocando vasos na estrada, junto ao passeio. O objectivo (conseguido nesse dia) foi o de impedir o estacionamento de carros no passeio defronte ao portão da escola. Estacionamento que, à semelhança do que acontece no resto do país é normalmente efectuado em cima do passeio por alguns dos pais de alunos. Reparem no pormenor, que consideramos muito importante: os vasos foram colocados na estrada, junto ao lancil do passeio e não no passeio. Além dos vasos, cada turma escolheu uma frase alusiva ao tema. Depois cada aluno de cada turma desenhava e pintava uma letra da frase. E depois essas letras foram penduradas na rede da escola.


Publicamos esta notícia porque nos inspira e gostaríamos que inspirasse outros pais, professores e alunos em milhares de escolas por todo o país! Um conjunto de pessoas empenhados nesta acção, sem experiência nem contactos com órgãos de comunicação social para se fazer a devida divulgação do evento pode chamar a atenção das atitudes de alguns condutores. Os pais acharam graça à ideia, mas no dia seguinte os mesmos do costume continuaram a agir como... de costume. Uma ideia que resulta, mesmo que seja por um dia, pode e deve ser copiada por todos e se possível melhorada.



Precisamos de ideias para divulgar esta iniciativa!

Sugestões de perguntas aos candidatos a autarcas

O estacionamento ilegal degrada o nosso espaço público há várias décadas. Até agora pouco progresso se tem conseguido para evitar este flagelo. Como cidadãos, estranhamos que depois de décadas de poder autárquico, se continue sem actuar sobre situações de clara ilegalidade que põem em perigo pessoas diariamente. Estanhamos também que se desperdice até uma fonte de receita que não devia existir, mas caso exista pertence a todos.

1. O que pensa sobre o estacionamento ilegal sobre os passeios?
2. Considera que existem circunstâncias em que é tolerável?
3. Porque é que acontece e como poderá ser evitado?
4. Gostaríamos que mencionasse uma lista de medidas muito concretas
que tenciona implementar, se vencer as eleições, para eliminar o
estacionamento sobre os passeios.
5. Quer anunciar uma meta, ou desejo mensurável, relativamente a
este assunto e que pretende atingir até ao fim do seu primeiro
ano de mandato?

--
Não temos meios para perguntar a todos. Sugerimos que copiem estas, e outras perguntas que julguem pertinentes, e enviem um correio electrónico aos candidatos da vossa autarquia. Depois contem-nos quais foram os resultados.

Parece que há eleições e coiso

Exmo. Senhor Presidente António Costa

Venho por este meio lembrar V. Exa. do problema do estacionamento nos passeios nos arruamentos das Freguesias das Mercês e de São Mamede. Os moradores são obrigados a circular no meio da maior parte das ruas como pode ler no depoimento de uma moradora que foi recentemente publicado na revista mais lida em Portugal:


"Agora já nem repara, mas antes «achava uma tortura» ter de serpentear passeios estreitíssimos pejados de carros mal estacionados: «Queria passar com o carrinho de bebé e tinha de ir para o meio da estrada. Isso nunca me aconteceria na Rússia."

Anna Sokolova34 anos Russa, Médica In Notícias Magazine, 26 de Outubro de 2008 (pág. 51)

Envio algumas fotografias, das dezenas que tenho, para ilustrar o drama do estacionamento selvagem neste bairro da cidade.Os moradores que ainda gostam, precisam, ou insistem em andar a pé, apelam à instalação de pilaretes nos passeios. Muito obrigado pela atenção dispensada.

Com os meus melhores cumprimentos
(leitora identificada)




E o leitor, já perdeu 5 minutos a exigir uma melhor cidade? Ou não vale a pena?