O passeio em cima do carro

São cada vez mais as pedras de calçada soltas, resultado do estacionamento indevido em cima dos passeios. Assim, e quando não há autocolantes à mão, há quem opte por deixar os passeios em cima dos carros!...


Av. de Pádua, Parque das Nações em Lisboa

Estas fotos foram tiradas no dia 11 de setembro na Av. de Pádua em Lisboa, antes do viaduto dos comboios à entrada para o Parque das Nações. Esta situação é vergonhosa, considerando todos os pedestres que lá passam, e revela que o caos endémico da Câmara Municipal de Lisboa, mais especificamente a EMEL no combate ao estacionamento selvagem, já se apoderou da freguesia do Parque das Nações, com a respetiva transferência de competências administrativas.

A zona em apreço é extremamente bem servida por transportes públicos e tem uma oferta gigantesca de parqueamento. Fazemos um apelo a todos os edis da Junta de Freguesia do Parque das Nações e da Câmara Municipal de Lisboa, assim como aos responsáveis da EMEL, para que findem com esta ilegalidade, mormente ao abrigo do art.º 49.º do Código da Estrada.

Obrigados Dr. António Costa, pelo que fez pelo peão!


Encontrou um autocolante no vidro do seu automóvel?





Prezado(a) concidadão(ã):

Obrigado por demonstrar interesse em conhecer as ideias que estão por trás do autocolante posto no seu carro. A ideia fundamental é de que, por maiores que sejam os seus problemas de estacionamento, não podem ser resolvidos à custa do peão nem cabe ao peão resolvê-los (compreenda que muitos dos que aderem a esta iniciativa também são condutores e sabem que é possível não estacionar nos passeios ou passadeiras).

Somos muitos, mas andávamos calados ou - porque dispersos - não nos fazíamos ouvir.

É bem possível que, se não tivesse surgido o autocolante, o seu carro estivesse hoje com um risco na pintura ou um retrovisor partido. O autocolante surge precisamente como alternativa de expressão civilizada de uma indignação que não deve ser subestimada. Não queremos impor danos a ninguém, opomo-nos clara e frontalmente a qualquer tipo de vandalismo, mas queremos que ouça a nossa indignação, que a considere, e, finalmente, que se deixe tomar por ela.

Saiba, portanto, que sempre que estacionar no passeio ou na passadeira estará a causar profunda indignação a muita gente, e a grande maioria não terá autocolantes à mão.

Colabore connosco partilhando o seu ponto de vista com os argumentos que julgar pertinentes. Somos todos ouvidos.

Passeio Livre

O terror pedonal da av. Marginal


Um dos nossos leitores alerta-nos, para aquilo que consideramos ser "terrorismo anti-pedonal", ou seja, a distribuição de espaço viário que o urbanista da Estradas de Portugal concebeu para uma das vias com maior potencial de lazer ao ar livre e para o espaço público na área metropolitana de Lisboa. A av. Marginal é um trajeto que tem o privilégio de seguir quase sempre junto ao rio Tejo, mas esse privilégio é concedido na grande maioria do percurso, apenas àqueles que circulam com veículos motorizados.

Existe um Decreto-Lei que regula a largura das vias pedonais, e o mesmo diz preto no branco sem ambiguidades que as mesmas têm de ser contínuas e livre de obstruções com uma largura livre não inferior a 1,50m (anexo e normas técnicas, secção 1.2.1. do DL 163/2006 de 8 de agosto). Todavia a av. Marginal tem um valor três vezes menor, ou seja tem uma largura pedonal interrompida e com 0,5m, ou seja 50 centímetros.

Todavia, após uma queixa endereçada à Estradas de Portugal por parte do nosso leitor, o mesmo obteve uma resposta, no mínimo ridícula, referindo que "a zona em questão não é considerada prioritária", pois presumimos que a segurança dos peões não é prioridade para a EP, rematando como expectável que "a EP tem presentemente atenção focada em problemas de maior sensibilidade do ponto de vista da segurança rodoviária", subentenda-se, segurança rodoviária focada na segurança dos automobilistas, e não dos peões.

Reiteramos que falamos de uma estrada nacional, com velocidades deveras elevadas, onde mesmo ao lado se encontra um passeio com a largura de 50 centímetros. Andar a pé numa pequeníssima faixa pedonal de 50 centímetros de largura tendo de um lado o penhasco que dá para a linha do comboio, e do outro lado uma via com automóveis a 90km/h, é no mínimo para qualquer peão, um "terror". Não faz a EP então claramente, de forma não intencional admitamos, terrorismo anti-pedonal?